91. UFMS
Nas últimas décadas do século XVI, o Brasil não mais
se parecia com as feitorias comerciais das colônias
portuguesas, existentes na África Ocidental e na Ásia.
Dentre os motivos que causaram essa diferença, é
correto mencionar:
a) o papel desempenhado pela Coroa portuguesa
na conquista, na exploração e na colonização da
costa do Brasil.
b) a criação, na década de 1830, do sistema de
capitanias.
c) o completo rompimento, em 1549, com o controle
real.
d) a adoção de uma política de proteção a todos os
povos indígenas que habitavam o litoral brasileiro.
e) a manutenção da economia baseada na extração
do pau-brasil, em vez de mudá-la para a lavoura
de cana-de-açúcar.
[divider]
92. PUCCamp-SP
Os governos-gerais foram instituídos como a única
solução político-administrativa viável para a colonização
efetiva do Brasil, na segunda metade do século
XVI, porque:
a) a instituição do sistema, em 1548, suprimiu definitivamente
a divisão da colônia em capitanias
hereditárias.
b) o governo-geral representava a centralização
político-administrativa da colônia, que se tornava
imperativa, pelo sucesso da maioria das capitanias
hereditárias.
c) o risco crescente, criado com a autonomia excessiva
das capitanias hereditárias, levou o Estado
metropolitano a organizar o governo-geral para
substituí-las.
d) o governo centralizado na colônia correspondia
melhor à definição absolutista do próprio governo
metropolitano.
e) o governo-geral constituía-se, em nível político,
como um regime descentralizado e, em nível
econômico, como uma grande empresa particular,
estando à frente o governador, o único responsável
pelo investimento inicial e pelo incentivo à produção.
[divider]
93. UEL-PR
Durante o período colonial, havia atritos entre os padres
jesuítas e os habitantes locais porque os:
a) colonos eram ateus belicosos, e os jesuítas, pacíficos
católicos.
b) religiosos pretendiam escravizar tanto o negro
como o índio, e os colonos lutavam para receber
salários dos capitães donatários.
c) colonos desejavam escravizar o negro, e os jesuítas
se opunham.
d) religiosos preocupavam-se com a integração dos
indígenas no mercado de trabalho assalariado, e
os colonos queriam escravizá-los.
e) colonos pretendiam escravizar os indígenas, e os
padres eram contra, pois queriam aldeá-los em
missões.
[divider]
94. UFMG
Leia estes trechos de documentos.
I. E logo os ditos procuradores dos ditos senhores
reis e rainha de Castela, de Leão, de Aragão,
de Sicília, de Granada […] e do dito senhor rei
de Portugal e Algarves […] disseram: que visto
como entre os ditos senhores seus constituintes
há certa divergência sobre o que a cada uma das
ditas partes pertence do que até hoje […] está por
descobrir no Mar Oceano.
II. Irá diretamente à Bahia, e logo que chegue deve
apossar-se da cerca ou fortificação que havia feito
o donatário Francisco Pereira Coutinho […] Todavia,
como consta que esse local não é dos mais
apropriados, o estabelecimento que fizer nele será
de natureza provisória – e deve escolher outro mais
pela baía dentro […] com que pelo tempo adiante
venha a povoação a ser a cabeça de todas as
capitanias.
III. O modo que os padres da Companhia tiveram
sempre […] foi ajudá-los assim no temporal como
no espiritual […] Ensinavam-lhes os padres todos
os dias pela manhã a doutrina, esta geral, e lhes
dizem missa para os que a quiserem ouvir antes
de irem para suas roças; depois disto ficam os
meninos na escola, onde aprendem a ler e escrever,
contar e outros bons costumes pertencentes
à política cristã.
IV. E de modo como se avier com [eles] depende o
tê-los bons ou maus para o serviço. Por isso é
necessário comprar cada ano algumas peças, e
reparti-las pelos partidos, roças, serrarias e barcas.
E porque comumente são de nações diversas, e
uns mais boçais que outros, e de figuras muito
diferentes, há de fazer-se repartição com reparo
e escolha, e não às cegas.
Nos trechos I, II, III e IV, faz-se referência, respectivamente:
a) ao Tratado de Tordesilhas, ao estabelecimento do
governo-geral, à catequese do gentio e à escravidão
negra.
b) à expansão ultramarina portuguesa quatrocentista,
à fundação da França Antártica, aos fundamentos
cristãos dos colégios da América portuguesa e à
diversidade econômica do Brasil colonial.
c) à separação do Condado Portucalense de Castela,
à divisão da América portuguesa em capitanias
hereditárias, às escolas coloniais de primeiras
letras e ao apresamento de índios tapuias.
d) ao financiamento da frota de Colombo, à transferência
da sede da América portuguesa para o
Rio de Janeiro, à cristianização dos negros e às
reduções jesuíticas.
[divider]
95. UFBA
Assinale as proposições corretas, some os números a
elas associados e marque no espaço apropriado.
Sobre o sistema administrativo do Brasil colonial, é
possível afirmar:
01. O sistema administrativo representado no organograma
foi montado por D. João III, com o
duplo objetivo de ocupar a terra e valorizá-la
economicamente.
02. Com a instalação das capitanias hereditárias,
o Estado português assumia financeiramente o
empreendimento, concedendo aos donatários a
posse das terras e repartindo com eles as terras
decorrentes da exploração do subsolo.
04. Com a implantação das capitanias hereditárias,
a metrópole passou da fase de circulação de
mercadorias para a de produção de gêneros
agrícolas, destinados ao mercado externo.
08. Como as capitanias hereditárias não cumpriram
os objetivos esperados por Portugal, D. João III
decidiu extingui-las, instalando o governo-geral.
16. Com a instalação dos governos-gerais, a metrópole
conseguiu efetivar a centralização administrativa
na colônia, contando com o apoio da elite
local, a quem cabia indicar os ocupantes dos
cargos mais representativos.
32. Com a finalidade de sediar o governo-geral, a
metrópole ordenou que a capitania da Bahia de
Todos os Santos fosse transformada em capitania
real e que aí fosse fundada a cidade de Salvador.
64. As câmaras municipais eram órgãos integrados
por representantes dos vários segmentos sociais,
eleitos pelo sufrágio universal.
Some os números dos itens corretos.
[divider]
96. Unirio-RJ
A colonização brasileira no século XVI foi organizada
sob duas formas administrativas, capitanias hereditárias
e governo-geral. Assinale a afirmativa que expressa
corretamente uma característica desse período.
a) As capitanias, mesmo havendo processo de exploração
econômica em algumas delas, garantiram
a presença portuguesa na América, apesar das
dificuldades financeiras da Coroa.
b) As capitanias representavam a transposição para
as áreas coloniais das estruturas feudais e aristocráticas
européias.
c) As capitanias, sendo empreendimentos privados,
favoreceram a transferência de colonos europeus,
assegurando a mão-de-obra necessária à lavoura.
d) O governo-geral permitiu a direção da Coroa na
produção do açúcar, o que assegurou o rápido
povoamento do território.
e) O governo-geral extinguiu as donatarias, interrompendo
o fluxo de capitais privados para a economia
do açúcar.
[divider]
97. Unicamp-SP
Leia com atenção os dois comentários abaixo sobre
a colonização.
A colonização foi um meio de consolidação da dominação
romana e a única medida político-social de longo
alcance com que o Estado romano conseguiu atenuar
os desequilíbrios que afetavam o seu corpo social.
Adaptado de M. Weber, História agrária romana.
O esforço de colonização dos portugueses distingue-se
principalmente pela predominância do seu caráter de exploração
comercial, antes de tudo litorânea e tropical.
Adaptado de S. Buarque de Hollanda, Raízes do Brasil, 1936
a) Quais os principais objetivos da colonização romana?
b) Compare o processo da colonização portuguesa
com o processo da colonização romana, apontando
as diferenças.
[divider]
98. UFRJ
Eu, o rei, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo de
minha Casa, que vendo quanto serviço de Deus e meu
é conservar e enobrecer as capitanias e povoações das
Terras do Brasil (…); ordenei ora de mandar nas ditas
terras fazer uma fortaleza e povoação grande e forte,
em um lugar conveniente, para daí se dar favor e ajuda
às outras povoações(…); e por ser informado que a
Bahia de Todos os Santos é o lugar mais conveniente
da costa do Brasil (…), que na dita Bahia se faça a dita
povoação e assento, e para isso vá uma armada com
gente (…) e tudo o mais que for necessário. E pela
muita confiança que tenho em vós (…) vos enviar por
governador às ditas terras do Brasil (…).
Regimento de Tomé de Sousa, 17 de dezembro de 1548.
A política administrativa do Estado português no início
da colonização estruturou-se a partir da adoção do
sistema de capitanias hereditárias e, posteriormente,
da criação do governo-geral. No entanto, o verdadeiro
poder político na colônia encontrava-se nas câmaras
municipais, dominadas pelos “homens-bons”.
a) Explique uma razão para o sistema de capitanias
hereditárias na colonização do Brasil.
b) Apresente dois objetivos da criação do governogeral
pelo Estado português.
c) Cite uma razão da concentração do poder político
colonial nas câmaras municipais.
[divider]
99. Vunesp
Um cronista do período colonial escreveu que os
povoadores do Brasil, por mais ricos que sejam, tudo
pretendem levar a Portugal e, se as fazendas e bens
que possuem souberam falar, também lhe houveram
de ensinar a dizer como os papagaios, aos quais a
primeira coisa que ensinam é: papagaio real para
Portugal, porque tudo querem para lá.
Frei Vicente do Salvador, História do Brasil, 1500-1627.
O texto do cronista revela que:
a) os colonizadores procuravam usufruir as riquezas da
colônia, não manifestando nenhum apego à terra.
b) os povoadores objetivaram preservar a fauna e a
flora exóticas da nova terra, como os papagaios.
c) o Brasil era visto pelos portugueses como região
desprovida de interesse comercial ou econômico.
d) o Brasil, no entender dos colonizadores, deveria
fornecer mão-de-obra barata para as indústrias
portuguesas.
e) os portugueses ocuparam o Brasil com a finalidade
de defendê-lo e de fundar uma nova pátria.
[divider]
100. UFOP-MG
A economia colonial teve início seguindo o modelo
usado na ilha da Madeira: cultivo de cana-de-açúcar,
construção de engenhos e uso de mão-de-obra escrava.
Começava, assim, a rendosa empresa de caça
ao indígena e com ela o tráfico de ‘negros da terra”
– termo utilizado para diferenciá-los dos negros africanos,
então chamados de ‘negros da Guiné’, que, aliás,
começaram a chegar em profusão a partir de 1550 –,
a fim de abastecer os núcleos de colonização.
Priore, Mary Del e Venâncio, Renato Pinto. O livro de ouro da história
De acordo com o texto anterior, assinale a alternativa
correta:
a) O trabalhador indígena não se adaptou ao trabalho
nos engenhos de cana-de-açúcar.
b) A experiência portuguesa na África foi fundamental
para a instalação dos engenhos no Brasil.
c) No primeiro século da colonização, o sistema de
feitorias predominou em toda a costa litorânea
brasileira.
d) As diferentes nações indígenas ficaram mais
sujeitas à ação de catequese dos jesuítas do que
as africanas.
[divider]
101.
Além do solo de massapé do nordeste brasileiro, quais
outros fatores foram responsáveis pelo sucesso da
produção canavieira?
[divider]
102. Mackenzie-SP
Constituiu(Constituíram) importante(s) fatore(s) para o
sucesso da lavoura canavieira no início da colonização
do Brasil:
a) o domínio espanhol, que possibilitou o crescimento
do mercado consumidor interno.
b) o predomínio da mão-de-obra livre com técnicas
avançadas.
c) o financiamento, o transporte e a refinação nas
mãos da Holanda e a produção a cargo de Portugal.
d) a expulsão dos holandeses, que trouxe a imediata
recuperação dos mercados e a ascensão econômica
dos senhores de engenho.
e) a estrutura fundiária, baseada na pequena propriedade,
voltada para o consumo interno.
[divider]
103. ESPM-SP
A empresa de plantação teve nítido cunho capitalista,
dentro do capitalismo mercantil e politicamente orientado
do século XVI português.
Raymundo Faoro. Os donos do poder. Porto Alegre:
Editora Globo, 1979.
Considerando o trecho citado no enunciado e levando
em conta a economia canavieira praticada no Brasil
colonial, é correto afirmar que essa apresentava como
característica(s) típica(s):
a) a pequena propriedade monocultora e a produção
voltada para o mercado externo.
b) o latifúndio monocultor voltado para o abastecimento
interno.
c) o latifúndio monocultor cuja produção se destinava
ao mercado externo.
d) a pequena propriedade que trabalhava com mãode-
obra escrava e cuja produção abastecia o
mercado interno.
e) o livre-cambismo e a produção voltada para o
mercado externo.
[divider]
104. PUC-MG
Foram características marcantes do processo de
colonização do Brasil no período colonial:
a) trabalho livre, produção comercializada com outras
colônias, pequena e média propriedades.
b) trabalho livre, cultura de subsistência, pequena
propriedade e produção para o consumo interno.
c) mão-de-obra compulsória, produção manufatureira
comercializada com a metrópole e latifúndio.
d) mão-de-obra escrava, produção para o mercado
externo, grande propriedade e monocultura.
[divider]
105. Cesgranrio-RJ
O senhor de engenho é título a que muitos aspiram,
porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado
de muitos. O comentário de Antonil, escrito
no século XVIII, pode ser considerado característico
da sociedade colonial brasileira porque:
a) a condição de proprietário de terras e de homens
garantia a preponderância dos senhores de engenho
na sociedade colonial.
b) a autoridade dos senhores restringia-se aos escravos,
não se impondo às comunidades vizinhas e
a outros proprietários menores.
c) as dificuldades de adaptação às áreas coloniais
levaram os europeus a organizar uma sociedade
com mínima diferenciação e forte solidariedade
entre seus segmentos.
d) as atividades dos senhores de engenho não se
limitavam à agroindústria, pois controlavam o
comércio de exportação, o tráfico negreiro e a
economia de abastecimento.
e) o poder político dos senhores de engenho era assegurado
pela metrópole através da sua designação para
os mais altos cargos da administração colonial.
[divider]
106. Mackenzie-SP
Em 1711, Antonil em sua obra Cultura e opulência do
Brasil, afirmava que os escravos eram as mãos e os
pés dos senhores de engenho, porque, sem eles no
Brasil, não é possível conservar, aumentar fazenda
nem ter engenho corrente.
Sobre o trabalho e a resistência do negro à escravidão,
assinale a alternativa correta.
a) Os escravos negros constituíam uma minoria nos
canaviais, já que índios e trabalhadores livres eram
responsáveis pelas plantations açucareiras.
b) O engenho tinha no escravo negro a base de toda
a produção; qualquer reação era punida violentamente.
As fugas, os quilombos e a prática de
suicídio eram evidências da resistência dos negros
à escravidão.
c) O negro só foi utilizado como mão-de-obra para
a economia açucareira, não participando da
mineração ou da criação de gado que usaram,
prioritariamente, trabalhadores livres.
d) A escravidão no Brasil se revestiu de grande tolerância,
mestiçagem e grandes oportunidades de
ascensão social para o negro após a abolição.
e) O negro era submisso, resignado, não reagia à
escravidão, ao contrário dos indígenas; o tráfico
negreiro não tinha importância para a economia
da metrópole.
[divider]
107. Cesgranrio-RJ
Uma das bases do conjunto de práticas mercantilistas
era a criação do chamado Antigo Sistema Colonial.
Assinale a única das características a seguir que não
corresponde a esse sistema.
a) Produção colonial com caráter complementar à
metropolitana.
b) Colônia servindo como mercado consumidor para
os produtos metropolitanos.
c) Proibição da entrada de manufaturados não-metropolitanos
nas colônias, o que vigorou até a crise
do sistema.
d) Colônias com autonomia política, apesar de a administração
colonial ser controlada pela metrópole.
e) Monopólio metropolitano sobre o abastecimento
de mão-de-obra para as colônias.
[divider]
108. UFR-RJ
Leia o texto sobre o tráfico de escravos.
O Brasil se distinguiu por ter sido o maior receptor de
africanos escravizados, em toda a história mundial.
O historiador Robert Conrad propôs a cifra de 5,5
milhões de africanos introduzidos no Brasil de um
total calculado por Philip Curtin de 9,4 milhões que
sobreviveram à travessia atlântica e chegaram vivos
a algum porto no continente americano. (…) O tráfico
se prolongou por tanto tempo e ganhou tão enorme
volume porque do outro lado do atlântico havia
produtores de gêneros tropicais de exportação, que
precisavam comprar a força de trabalho necessária
ao escravismo colonial.
GORENDER, Jacob. Brasil em preto e branco: o passado escravista
que não passou: São Paulo: SENAC, 2000, pp. 32-3; 43-4.
Em relação ao trabalho e à vida do escravo na área
colonial portuguesa na América, é correto afirmar
que:
a) devido a uma propensão dos negros à promiscuidade
sexual, os escravos não constituíram
famílias.
b) nas áreas mais dinâmicas da produção agrárioexportadora,
predominou o trabalho de origem
africana.
c) o emprego de escravos impunha custo de vigilância
menos elevado do que ocorre no emprego de
trabalhadores assalariados.
d) nos primeiros séculos da colonização, tanto o escravo
quanto o trabalhador livre recebiam salário.
e) em geral, o escravo era um trabalhador qualificado,
apropriado a tarefas de uma agricultura baseada
em tecnologias exigentes.
[divider]
109. UFTM-MG
A produção de açúcar, desenvolvida no Nordeste
brasileiro a partir do século XVI:
a) priorizou o uso de mão-de-obra indígena, graças
ao domínio da técnica de cultivo.
b) promoveu a organização de uma sociedade aristocrática,
patriarcal e escravista.
c) foi financiada por capitais da Coroa e da burguesia
lusitanas.
d) gerou economia monocultora e voltada para o
mercado interno.
e) realizou-se em latifúndios, favorecendo o povoamento
do sertão.
[divider]
110. Unifor-CE
No Brasil, a predominância da economia açucareira
na vida colonial:
a) gerou amplo mercado interno consumidor, abastecido
com produtos originários de outras regiões
brasileiras.
b) favoreceu o surgimento de ampla camada social
intermediária entre os grandes proprietários de
terra e os escravos.
c) decorreu da crise da economia portuguesa, resultante
dos gastos com a Guerra da Restauração.
d) gerou uma sociedade cujos valores dominantes
estavam sedimentados na propriedade da terra e
do escravo.
e) criou um núcleo de integração das atividades produtivas
de todas as demais regiões brasileiras.
[divider]
111.
A economia colonial teve início seguindo o modelo
usado na ilha da Madeira: cultivo de cana-de-açúcar,
construção de engenhos e uso de mão-de-obra escrava.
Começava, assim, a rendosa empresa de caça
ao indígena e com ela o tráfico de “negros da terra”
– termo utilizado para diferenciá-los dos negros africanos,
então chamados de “negros da Guiné”, que, aliás,
começaram a chegar em profusão a partir de 1550 –,
a fim de abastecer os núcleos de colonização.
PRIORE, Mary del e VENÂNCIO, Renato Pinto. O livro de ouro da
História do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001, p. 34.
Apesar de o indígena ter sido escravizado em vários
momentos no período colonial, houve a preferência
pela mão-de-obra negra africana. Por quê?
[divider]
112. UFSCar-SP
Sobre a economia e a sociedade do Brasil no período
colonial, é correto relacionar:
a) economia diversificada de subsistência, grande
propriedade agrícola e mão-de-obra livre.
b) produção para o mercado interno, policultura e
exploração da mão-de-obra indígena no litoral.
c) capitalismo industrial, exportação de matérias-primas
e exploração do trabalho escravo temporário.
d) produção de manufaturados, pequenas unidades
agrícolas e exploração do trabalho servil.
e) capitalismo comercial, latifúndio monocultor exportador
e exploração da mão-de-obra escrava.
[divider]
113. UFBA
Julgue os itens numerados de I a V e assinale a alternativa
correta, utilizando a chave de resposta a seguir.
a) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
b) Apenas as afirmativas I, II e V são corretas.
c) Apenas as afirmativas I, IV e V são corretas.
d) Apenas as afirmativas II, III, IV e V são corretas.
e) Todas as afirmativas são corretas.
Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores
rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores
banqueteando; os escravos perecendo a fome;
os senhores nadando em ouro e prata; os escravos
carregados de ferros; os senhores tratando-os como
brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como
deuses; os senhores em pé apontando para o açoite,
como estátua da soberba e da tirania, os escravos
prostrados com as mãos atadas atrás, como imagem
vilíssima da servidão e espetáculo da extrema miséria.
Oh Deus! Quantas graças devemos à Fé que nos
destes, (…) para que à vista destas desigualdades
reconheçamos com tudo vossa justiça e providência!
(…)
Vieira apud Avancini, p. 46
Com base no sermão de Padre Vieira, pode-se inferir:
I. A posição do jesuíta referente à escravidão reflete o
pensamento da Igreja Católica no período colonial.
II. As denúncias da Igreja se limitavam ao repúdio, às
torturas e aos maus tratos, não havendo, porém,
questionamento da escravidão enquanto instituição.
III. As desigualdades terrenas são reconhecidas no
discurso do jesuíta, que elege como espaço de
julgamento o fórum divino.
IV. A dominação colonialista se fazia pelo poder
econômico, jurídico, político e ideológico sobre a
classe trabalhadora escravizada.
V. O negro ingressou na sociedade brasileira como
cultura dominada, e as marcas da escravidão
persistem no Brasil de hoje.
[divider]
114.
Um mercantilista inglês escreveu: Os meios ordinários
para aumentar nossa riqueza e tesouro são pelo comércio
exterior, para o que devemos obedecer sempre
a esta regra: vender mais aos estrangeiros em valor
do que consumimos deles.
Thomas Mun, Discourse on England’s Treasure by Foreing Trade,
1664.
a) O autor desse fragmento exprime um princípio
essencial da política mercantilista. Era através
dele que os mercantilistas explicavam a origem
da riqueza dos Estados. Que princípio era este?
b) Por que as áreas coloniais da América foram
fundamentais para a satisfação desse princípio
mercantilista?
[divider]
115. Fuvest-SP
A sociedade colonial brasileira herdou concepções
clássicas e medievais de organização e hierarquia,
mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se
originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor
e condição social. (…) As distinções essenciais entre
fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de
indígenas que cercava os colonizadores portugueses
tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial.
A disponibilidade de índios, como escravos ou trabalhadores,
possibilitava aos imigrantes concretizar seus
sonhos de nobreza (…) Com índios, podiam desfrutar de
uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformouse
em um substituto do campesinato, um novo estado,
que permitiu a reorganização de categorias tradicionais.
Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os
africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente
dos europeus, criou oportunidade para novas distinções
e hierarquias baseadas na cultura e na cor.
Stuart B. Schwartz. Segredos internos.
A partir do texto, pode-se concluir que:
a) a diferenciação clássica e medieval entre clero,
nobreza e campesinato, existente na Europa, foi
transferida para o Brasil por intermédio de Portugal
e se constituiu no elemento fundamental da
sociedade brasileira colonial.
b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira
levou ao surgimento de instituições como
a escravidão, completamente desconhecida da
sociedade européia nos séculos XV e XVI.
c) os índios do Brasil, por serem em pequena
quantidade e terem sido facilmente dominados,
não tiveram nenhum tipo de influência sobre a
constituição da sociedade colonial.
d) a diferenciação de raças, culturas e condição social
entre brancos e índios, brancos e negros tendeu a
diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos
e plebeus europeus na sociedade colonial.
e) a existência de uma realidade diferente no Brasil,
como a escravidão em larga escala de negros,
não alterou em nenhum aspecto as concepções
medievais dos portugueses durante os séculos XVI
e XVII.
[divider]
116. Unicamp-SP
Os primeiros escravos negros chegaram ao Novo
Mundo bem no início do século XVI. Por três séculos
e meio as principais potências marítimas competiram
entre si em torno do lucrativo tráfico de escravos, que
levou aproximadamente dez milhões de africanos para
as Américas.
Adaptação de David Brion Davis, O problema da escravidão na cultura
ocidental. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 24.
a) Cite uma das principais potências européias que
traficavam escravos nos séculos XVII e XVIII.
b) Caracterize o comércio triangular entre Europa,
África e América nesse período.
c) Quais as conseqüências, para a África, do tráfico
negreiro?
[divider]
117. Mackenzie-SP
As relações escravistas de produção marcaram o período
colonial brasileiro. Sobre a utilização do trabalho
escravo, podemos afirmar que:
a) o trabalho negro era de baixa produtividade, mas
a forte procriação remunerava os investimentos
realizados na compra de escravos.
b) a organização tribal dos negros africanos evitava o
seu aprisionamento, constituindo-se em empecilho
para as trocas comerciais.
c) articulava-se numa estrutura comercial em que a
aquisição de escravos permitia o barateamento da
produção de produtos tropicais.
d) o trabalho escravo era economicamente menos
rentável que o trabalho indígena, que possibilitava
a existência de mercado interno na colônia.
e) os senhores de engenho brasileiros e a burguesia
comercial intermediária favoreceram a acomodação
inter-racial existente no Brasil Colônia,
possibilitando a organização dos negros.
[divider]
118. PUCCamp-SP
No período colonial brasileiro, a implantação do trabalho
escravo dos africanos deveu-se:
a) ao desconhecimento de técnicas de produção
agrícola pelos indígenas, à fácil adaptação do
negro às condições de trabalho e à necessidade
de se ocupar o território.
b) à passividade do negro, à facilidade de produzir
tabaco e aguardente e à aceitação por parte dos
jesuítas do trabalho compulsório.
c) à pouca distância entre o Brasil e a África, à belicosidade
dos grupos indígenas e ao desinteresse
dos portugueses na produção agrícola.
d) ao pequeno crescimento demográfico da metrópole,
à proteção dos indígenas nas missões jesuítas
e à facilidade de extração do ouro de aluvião.
e) à abundância de terra, à necessidade de produzir
em alta escala um produto de grande aceitação no
mercado europeu e à alta lucratividade do tráfico.
[divider]
119. UFMG
Todas as alternativas apresentam características
de plantation, unidade produtora do Brasil colonial,
exceto:
a) A articulação do setor escravista dominante com
um setor camponês de economia natural.
b) A colocação de seus produtos nos mercados
locais, regionais ou intercoloniais.
c) O emprego extensivo dos recursos naturais e da
força de trabalho.
d) A presença de um grau relativamente baixo das
forças produtivas.
e) A presença de um nível considerável de investimentos
em mão-de-obra e equipamentos.
[divider]
120.
No início do século XVIII, o jesuíta André João Antonil
transcrevia um provérbio, segundo ele corrente na
Colônia:
O Brasil é o inferno dos negros, o purgatório dos brancos
e paraíso dos mulatos e das mulatas.
Explique, separadamente, as condições vividas na
Colônia que permitiram cada uma das associações:
a) negro – inferno;
b) branco – purgatório;
c) mulatos/mulatas – Paraíso.